A especialista em orçamento público do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Grazielle David, concedeu entrevista ao portal Brasil de Fato sobre os principais desafios sobre a sonegação fiscal no Brasil e a ausência de investimentos no combate ao problema. Em sua fala, a especialista destacou o trabalho de pesquisa realizado pelo SINPROFAZ e ressaltou que os dados levantados pelo Sindicato sobre sonegação nos últimos dez anos retratam com realidade o último levantamento das Organizações das Nações Unidas (ONU).
“Existem alguns estudos nacionais e internacionais, além desse da ONU, que aprofundam um pouco essas questões da evasão e da sonegação fiscal. O SINPROFAZ é um grande grupo que sempre pesquisa a sonegação fiscal no Brasil. Há uns 10 anos eles divulgam anualmente uma avaliação da sonegação no país. É interessante ver que esse número da ONU está bem próximo das análises que o SINPROFAZ já fazia. O último estudo deles, em relação ao ano de 2016, diz que a sonegação fiscal fica em torno de 25% a 28% da arrecadação, o que fica na mesma linha da ONU”, afirmou.
Outro ponto de destaque levantado pela especialista é a necessidade de investimento em infraestrutura para intensificar a fiscalização no Brasil. “Além da questão legal, também é muito importante trabalhar a questão da fiscalização. Precisaria ser investido um pouco mais na administração e sua infraestrutura e na contratação de pessoal. Se a gente for pensar, por exemplo, na Procuradoria da Fazenda Nacional, que faz o controle da dívida ativa, responsável por cobrar os sonegadores, estão extremamente sobrecarregados. São pilhas e pilhas de documentos para cada procurador, que não consegue cobrar adequadamente, alertou.
Confira aqui a entrevista de Grazielle David na íntegra.