EM WEBINAR, PALESTRANTE APRESENTA ANÁLISE PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA MASCULINA – SINPROFAZ

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11 ago, 2021

EM WEBINAR, PALESTRANTE APRESENTA ANÁLISE PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA MASCULINA


Cristiano Costa é sócio-administrador da Psych – Psicologia Clínica e Organizacional. Convidado para coordenar o Projeto de Saúde Mental e Qualidade de Vida na PFN, idealizou o webinar Olhos nos olhos, quero ver o que você faz! – A construção das masculinidades e a análise psicológica da violência masculina, que encerrou o projeto PFN e Gênero: Sensibilização, Conscientização e Diálogos. Em palestra à Carreira na ocasião do webinar, o psicólogo tratou da Teoria dos Arquétipos, de Carl Gustav Jung, segundo a qual “previamente ao que a cultura vai estabelecendo como comportamento aceitável para cada sexo, existe a questão da polaridade do psiquismo humano”. A primeira dessas dualidades, de acordo com Costa, é a do consciente e inconsciente, que se desdobra na polaridade do masculino e feminino.

O tema dos mitos, que “falam mais para o nosso coração e não tanto para a nossa intelectualidade”, foi explorado pelo palestrante. Para iniciar a exposição sobre o assunto, Cristiano Costa lançou mão da chamada “doutrina do Logos”, descrita no primeiro capítulo do Evangelho de João. “A ideia de que ‘a luz brilhou nas trevas e as trevas não a compreenderam’ nos remete a um entendimento da realidade em dois polos: o da luz e o da treva.” Ao fazer uma conexão entre a passagem bíblica e a filosofia grega, o psicólogo citou Platão, segundo o qual “nossa natureza de outrora não era a mesma de agora, mas diferente. Em primeiro lugar, três eram os gêneros da humanidade, não dois como agora, o masculino e o feminino. Também havia um terceiro, comum a estes dois, do qual resta agora um nome, desaparecida a coisa”.

Cristiano Costa propôs então uma reflexão sobre o que é uma relação. Retomando um conceito de Jung – para quem duas personalidades, ao se tocarem, passam a provocar uma reação química -, o palestrante apresentou a ideia da relação como um vaso. De acordo com o psicólogo, essa analogia evoca os mistérios mundanos que ultrapassam os indivíduos, como a questão da morte. “Esse conceito de relação universaliza os desafios do afeto. Em todos os povos e em todas as culturas ao longo da história, percebemos relações que se configuram com assimetria, mas também relações que revelam os desafios da convivência, das trocas que precisam ser estabelecidas.” Relação seria, portanto, o direito à ampliação da personalidade, à autorrealização, ao acolhimento de si e do outro, haja vista que a individuação guarda dores e desafios.

Conforme Cristiano Costa, “toda relação faz emergir aquilo que está oculto em nosso inconsciente”. Isso explica a necessidade e a importância de nos darmos conta dos “monstros que nos habitam”: “É preciso ter coragem para falar sobre aquilo que nos assusta, que nos desafia. Para perceber que existem facetas sombrias de nossa personalidade que, em vez de serem devolvidas para fora, precisam ser trazidas para mais perto”. De acordo com o psicólogo, vem daí a linha de raciocínio que nos leva a pensar sobre como pessoas próximas, conhecidas, podem ser capazes de monstruosidades. Por fim, segundo Costa, a prática da violência se relaciona com experiências de humilhação. Nesse sentido, idealizações e projeções do homem seriam responsáveis por originar os padrões de assimetria, submissão, dominação e agressão.

Acesse bit.ly/CristianoCosta e confira a palestra completa!



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