O 19º Encontro Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional contou com a presença inédita da jornalista Salette Lemos. Especialista em macroeconomia, finanças, teoria econômica, comércio exterior e economia ambiental, Salette participou da segunda noite do evento, realizado de 28 de novembro a 1º de dezembro de 2019, em Florianópolis/SC. Ao longo da exposição, a jornalista abordou temas como democracia, imprensa e reformas de iniciativa do governo, possibilitando reflexões e debates a respeito dos cenários político, econômico e financeiro no Brasil.

Salette iniciou a fala ressaltando a desconfiança do povo brasileiro com relação à cobertura midiática no país, cujos veículos de comunicação têm colocado os interesses comerciais à frente do dever de informar: “Como representante da imprensa brasileira, com 40 anos de profissão e dois Prêmios Esso, sinto-me envergonhada. Infelizmente, a mídia não está fazendo seu papel, que é o de questionar e de refletir, e não o de vender e de comprar. Já não contamos com independência editorial e já não temos a sensibilidade para propagar conhecimento. Estamos passando por um dos momentos de maior desconforto ético-moral da imprensa no país”.

Ao destacar contradições e dificuldades do atual cenário político, a jornalista afirmou que os brasileiros nunca foram tão descabidos em suas reflexões. Para Salette, falta, na atualidade, uma coesão com relação aos verdadeiros problemas do Brasil, os quais começam pela reforma tributária e passam necessariamente pela reforma política. “A ignorância prevalece nos centros pseudo-intelectuais. É preciso repensar a nossa representatividade política. E o que nós, da imprensa, temos feito para ajudar? Nada. A mídia nos manipula de uma forma vergonhosa, os jornalistas só podem dizer aquilo que mandam que digam. Desse jogo, eu estou fora”, concluiu.

Entusiasta da Carreira de procurador da Fazenda Nacional, Salette comemorou a realização do Encontro. Segundo a jornalista, é preciso que os PFNs se fortaleçam e que propaguem a necessidade de estruturação do órgão. “As pessoas querem mudar, mas têm vergonha e preguiça de tomar uma atitude. Se não manifestarmos nossa cidadania, nunca teremos um novo Brasil. Acabou o combate à sonegação e à corrupção neste país. Então mobilizem-se, apresentem-se! Se os senhores tivessem a mínima condição de trabalho, o Brasil não precisaria de reformas. Estão nos fazendo de trouxa, mas nós iremos à luta!”