O presidente do SINPROFAZ, o procurador da Fazenda Nacional Achilles Frias, concedeu entrevista à Carta Capital. A reportagem, que relata as medidas tomadas por Temer na tentativa de se manter no poder, destaca a liberação, pelo Executivo, de numerosas emendas parlamentares, o estímulo à troca de partidos pelos deputados, a apresentação de projetos para privatização e concessão nas áreas de energia, mineração e petróleo e uma proposta de reforma tributária nos moldes desejados pelas grandes empresas. O “pacote”, segundo a matéria, une-se a outra vantagem para o setor privado que custará R$ 63 bilhões aos cofres públicos. Trata-se da Medida Provisória 783/17, que autoriza um novo programa de regularização tributária.
A Medida foi relatada pelo deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB/MG), grande devedor que elevou os descontos para 99% e acolheu emendas que estendem os benefícios a clubes de futebol, entidades religiosas, escolas confessionais e produtores de álcool. “É uma farra, um escárnio. Com todas as mudanças, o Estado abre mão de mais de R$ 220 bilhões, recursos que poderiam reforçar o caixa de áreas sensíveis, como saúde, educação e Previdência”, explicou Achilles Frias em entrevista. “Esse perdão é injusto com o assalariado, que tem impostos descontados na fonte pagadora e tributos embutidos nos produtos que consome, e também com o empresário adimplente, vítima de uma competição desleal”, completou.