O SINPROFAZ, representado pelo presidente Achilles Frias; pela filiada Beatriz Pereira, integrante do Grupo Nacional de Saúde Mental – PGFN; e pelo psicólogo Cristiano Costa, coordenador do Projeto do SINPROFAZ de Saúde Mental e Qualidade de Vida na PFN, esteve reunido na sexta-feira (10) com o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano. Do encontro, também participaram o diretor do Departamento de Gestão Corporativa, Aleksey Cardoso; o subprocurador-geral substituto da Fazenda Nacional, Fabiano Araújo; a procuradora-geral adjunta de Consultoria e Estratégia da Representação Judicial, Adriana Rocha; o coordenador-geral de Estratégia de Recuperação de Créditos, João Grognet; e o chefe de gabinete, Diogo Soriano. Os resultados do Diagnóstico Epidemiológico de Saúde Mental e Qualidade de Vida e de Trabalho na PFN motivaram a reunião.
Na oportunidade, Cristiano Costa chamou a atenção dos presentes para a relação entre os transtornos, verificados pela pesquisa, e o cotidiano de trabalho da Carreira, o qual inclui dificuldades como a sobrecarga e o desvio de função e aponta para um quadro de burnout na PGFN. Segundo o psicólogo, os problemas relativos à saúde mental não são uma impressão, mas uma realidade na Instituição. Os apontamentos dos representantes sindicais foram ouvidos com atenção e receptividade pelos integrantes da Administração, que avaliaram as medidas sugeridas pelo SINPROFAZ e se comprometeram a atuar para a reversão do cenário conjuntamente com o Sindicato e o Grupo Nacional de Saúde Mental – PGFN. Uma nova reunião para acompanhamento dos avanços foi sugerida pelo próprio procurador-geral da Fazenda Nacional.
Diretrizes para atuação
Visando ao manejo e à melhoria do quadro, o SINPROFAZ levou à cúpula da Instituição uma série de sugestões, entre as quais a priorização da atividade-fim na rotina do PFN. Segundo Achilles Frias, “o Diagnóstico constatou que os Colegas gastam metade do tempo com operações meramente administrativas e, devido à sobrecarga, têm dificuldades até mesmo para assimilar os conteúdos e as orientações da Instituição”. Ao abordar a questão das licenças psiquiátricas, o presidente reforçou a importância de uma ampla conscientização, para que os Membros da Carreira que necessitem de ajuda não se sintam constrangidos por buscá-la e, se for o caso, por se afastar do trabalho. “É preciso ainda sensibilizar as lideranças para que os casos de sofrimento mental sejam detectados no âmbito da própria Instituição, e não encaminhados à Corregedoria”, ressaltou Achilles Frias.
Para que haja esse diagnóstico prévio, no entanto, é essencial, como destacou Beatriz Pereira, que as chefias sejam capacitadas para lidar com questões de saúde emocional. Conforme a procuradora, por meio do Projeto de Saúde Mental, o SINPROFAZ alcança filiadas e filiados, mas é necessário promover a interlocução com todos os envolvidos e mobilizar as lideranças: “A saúde mental se trata preventivamente e em rede. Por isso é urgente rompermos com os preconceitos, ainda muito fortes na Carreira, e conscientizarmos a ponta e as chefias. É fundamental que essa campanha de conscientização envolva a Administração”. Além da diminuição do risco da injusta responsabilização de Colegas em sofrimento mental, a compreensão dos casos pelos chefes pode contribuir para o fortalecimento do vínculo de confiança e cooperação entre os PFNs – medida sugerida por Cristiano Costa.
Outra sugestão foi apresentada pelo psicólogo: a implementação de uma Unidade do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Federal – SIASS. A referida Unidade tem previsão legal (Lei n° 10.216/2001, Decreto n° 6.833/2009, Portaria n° 1.261/2010 e Portaria Normativa n° 3/2013) e, conforme a legislação, se presta a ações de acolhimento, prevenção e supervisão de situações de desordem de saúde – como as de origem psicológica – que possam afetar o desempenho profissional. De acordo com Costa, “apesar da relevância da PGFN e do quantitativo de Membros ‘a caminho do burnout‘, não temos na Instituição uma Unidade SIASS que faça uma triagem mais qualificada dos casos de saúde mental. O SINPROFAZ vem desempenhando esse papel, mas é importante que a própria Procuradoria da Fazenda Nacional receba e trabalhe com essas informações”.
Para conferir o Relatório do Diagnóstico, acesse bit.ly/DiagnosticoRelatorioFinal.