Advocacia e Defensoria Públicas Federais rejeitaram proposta única de 15,8% até 2015 e fortaleceram apoio à contraproposta conjunta de 24% para o mesmo período.
Devido ao descaso do Governo Federal, as entidades representativas da Advocacia e Defensoria Públicas Federais, das Auditorias- Fiscais da Receita Federal e do Trabalho, dos Delegados e Peritos da Polícia Federal, do Ciclo de Gestão e do Núcleo Financeiro, das Agências Reguladoras e de Relações Exteriores se reuniram em conjunto com o Ministério do Planejamento, neste sábado, 25/08, para uma etapa decisiva da campanha salarial de 2013.
O presidente do SINPROFAZ, Allan Titonelli, representantes das demais entidades que integram o Forvm Nacional da Advocacia Pública Federal, da Anauni, da Unafe e da Anadef estavam presentes na reunião.
Em conjunto, a Advocacia Pública Federal e a Defensoria Pública Federal se opuseram à proposta governamental. “Já tivemos cerca de seis reuniões, e só na última teve proposta do governo. Precisamos de margem para propostas para chegar a um denominador comum, porque o tratamento de descaso com o servidor, colocando para a mídia que estamos atravancando o processo de negociação, é inverossímil”, ressaltaram os representantes.
O grupo reclamou do tratamento desrespeitoso que o governo vem dando às negociações, muito embora os servidores públicos tenham sido o braço de apoio da gestão petista. As categorias ainda externaram que, caso não haja acordo neste ano, não serão compreensivas em relação às demandas do governo em 2013.
Os servidores lembraram que a negociação se arrasta desde 2009 sem medidas mais enérgicas das carreiras, e que o governo se aproveitou disso para postergar prazos e decisões. “Essa é uma estratégia do governo para deixar para o último minuto, para nos colocar contra a opinião publica”, criticaram os representantes, lembrando, ainda, que questões específicas de cada carreira devem ser tratadas em mesas separadas.
Os profissionais do Ciclo de Gestão reforçaram a rejeição à proposta governamental, e apresentaram contraproposta de reajuste de 24% até 2015 – 6% em janeiro de 2013; 8% em janeiro de 2014; e 10% em janeiro de 2015. Destacou-se que, embora a proposta tenha sido trazida pela categoria, já foi discutida informalmente com outras carreiras e tem grandes chances de ser a saída para o impasse salarial.
Por fim, os profissionais da Polícia Federal também aderiram à rejeição sobre a proposta de 15,8% e cobraram coerência do governo na negociação com o Judiciário. A categoria também rechaçou a falta de diálogo com o governo e pediu uma regulamentação justa do direito de greve do servidor público.
O último a falar foi o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público, Sérgio Mendonça, que negou que o governo esteja “satanizando” o serviço público. “Não temos interesse de satanizar, isso não é uma vitória, ninguém vai ganhar ou perder”, disse, embora admitindo o conflito instalado entre o Executivo e as carreiras.
O secretário reafirmou que o governo, até o momento, não tem margem para negociação, mas prometeu analisar a proposta de 24%. “Vamos fazer um esforço aqui, eu e minha bancada, que eu quase não estou autorizado a fazer isso. Mas os negociadores sempre têm aquela inclinação de achar que podem chegar lá. Diante da situação que está colocada aqui, com números, a gente faz um último esforço”, disse Mendonça.
Mendonça garantiu que o governo apresentará sua resposta final até a noite de segunda-feira (27), sem descartar as negociações póstumas para atender às especificidades de cada carreira. Também informou que a proposta apresentada para o Judiciário foi a mesma, de 15,8%, mas que o governo não tem poder de definir a questão, que é de responsabilidade do Congresso Nacional. Com informações da Assessoria de Comunicação do Forvm.