Assuntos como o cenário político nacional, a gestão da comunicação e as perspectivas para o setor de combustíveis no Brasil foram abordados na última noite do 22º Encontro. Além da presidente Iolanda Guindani, o painel final contou com as participações de Antônio Augusto de Queiroz, analista político, membro do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP e consultor do SINPROFAZ; Liliane Pinheiro, jornalista, especialista em Gestão da Reputação e CEO da Oficina Consultoria; e Mozart Santos Rodrigues Filho, diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes – SINDICOM, o qual, juntamente com a Ipiranga e o Instituto Combustível Legal – ICL, foi patrocinador do 22º Encontro do SINPROFAZ.
Mozart Santos participou pela primeira vez do tradicional evento do Sindicato. Na oportunidade, o palestrante abordou as mais importantes questões tributárias relacionadas ao setor de combustíveis no país e destacou o trabalho parlamentar em prol da caracterização do devedor contumaz. “O Art. 146-A da Constituição Federal define que lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação a fim de prevenir desequilíbrios da concorrência e que, por lei ordinária, a União poderá fazer o mesmo. Hoje temos o PL 15/2024, do Poder Executivo, que propõe caracterizar o devedor contumaz no âmbito da União. Apesar de entendermos que a questão deveria ser tratada por lei complementar, para que houvesse uma abrangência nacional, temos trabalhado pela aprovação do PL.”
Coube a Liliane Pinheiro a análise do contexto sindical e institucional sob o olhar da reputação. Segundo a jornalista, há, na política, tempo para avançar e para recuar. “Assim também é a gestão da comunicação: a todo instante, é preciso analisar o cenário e avaliar se o momento é de vocalizar ou de articular nos bastidores. Essa análise o SINPROFAZ tem conseguido fazer de forma muito estratégica”, destacou a CEO da Oficina Consultoria. “Dada a complexidade do contexto mundial, com questões que envolvem tecnologia, meio ambiente e política, vivemos um momento de profundos incômodos sociais, que representam verdadeiros desafios para quaisquer dirigentes sindicais”, concluiu. Na avaliação da especialista, cabe ao Sindicato mediar conversas e gerenciar expectativas.
A palestra de Antônio Augusto de Queiroz é sempre muito esperada pelos participantes do Encontro. Para o público, o consultor fez uma análise da conjuntura nacional e do cenário político no qual o SINPROFAZ e os PFNs estão inseridos. “Temos um Congresso liberal do ponto de vista econômico, fiscalista do ponto de vista da gestão, conservador do ponto de vista dos valores e antissindical: há, em parte do Parlamento, uma rejeição muito forte às organizações de trabalhadores, tanto do setor privado quanto do setor público”, alertou o analista. De acordo com Queiroz, a complexidade do momento político demanda cautela e parcimônia. Nesse cenário, porém, “a AGU tem exercido papel fundamental na defesa da democracia, proteção do meio ambiente e tutela da integridade na administração pública”.